terça-feira, 29 de julho de 2008

04/08 a 10/08 - Festival Andanças em Carvalhais, S. Pedro do Sul


Entre os dias 4 e 10 de Agosto, decorre em Carvalhais o Festival Andanças, que este ano celebra a sua 13ª edição.
ENERGÉTICO -Energias e sinergias entre Música, Dança e o Mundo
Como vem sendo nossa tradição, será possível aprender este ano no Andanças mais de meia centena de estilos de dança diferentes: este é o resultado das sinergias que se geram entre cidadãos do mundo ávidos de partilhar saberes. Entre as novidades deste ano salientamos uma oficina de danças portuguesas (as Pauliteiras de Miranda do Douro, a prova de que as tradições estão vivas e em andamento!), um estilo americano (Lindy Hop) e outro cabo-verdiano (Canizade). Lindy Hop é o ritmo que originou o swing e posteriormente o rock. É a famosa crazy dance dos anos 30, nascida no Harlem, o mais conhecido bairro negro de Nova Iorque. Foi a partir do Lindy Hop e respectiva riqueza coreográfica, permeada de loucos passos aéreos e solos, que a partir dos anos 50 surgiram diferentes estilos de rock'n'roll e swing, como o jive, o rock acrobático e outras variações. Quanto à dança cabo-verdiana, muito popular no Andanças, é normalmente associada aos ritmos musicais mais populares, como a morna, a coladeira, o funaná, o batuque, o colá e o talaia-baixo. Mas persiste, sobretudo nas ilhas de Boa Vista, Santo Antão, Brava e São Nicolau, a tradição de danças como o xotice, a contradança, a mazurca, a polca e... o canizade. Esta última estará presente no Andanças este ano pela primeira vez. Tem uma curiosidade única: os dançantes não devem ser reconhecidos, razão pela qual colocam uma máscara enquanto dançam... Leve portanto uma máscara consigo, ou fabrique uma no Andanças antes de fazer esta oficina!
Quanto aos bailes, continuamos a explorar a incrível diversidade de danças europeias: húngaras, balcânicas, bascas, ciganas, bálticas, belgas, do poitou, italianas, galegas, catalãs, mediterrânicas, etc. Vale ainda a pena prestar atenção aos inúmeros instrumentos pouco comuns que serão ouvidos no Andanças, como o kannel (saltério báltico tocado pelos Viis, Estónia) ou o Trikitixa (acordeão diatónico tocado pelos Patxi Eta Konpania, País Basco). Para além de alimentar a curiosidade pela diversidade, o Andanças procura ainda lembrar que a música popular (também) é sinónimo de identidade e muitas vezes de sobrevivência: para minorias étnicas como os Chango, que vivem no norte da Roménia, a participação dos Észtenas (Hungria) no Andanças pode ser a única maneira que possuem de nos fazerem saber que existem. Em relação a grupos portugueses, alguns nascidos em anteriores edições do Andanças, muitos irão ao Festival apresentar os seus novos projectos discográficos: importa estar atento e ficar a par das novas tendências em música de dança.
O Andanças encerrará com um baile abrilhantado pela magnífica Banda Filarmónica de Castro Verde, após um desfile por onde esvoaçará um pássaro gigante (uma colaboração do Teatro Acert). Golpe de Asa é o nome de uma magnífica produção teatral de rua que consubstancia muita da magia do Andanças: o imaginário popular complementado por um imaginário contemporâneo para veicular o desejo de que a relação humana com a natureza seja uma relação de esperança num futuro centrado na paz, na poupança de recursos, no trabalho comunitário, na igualdade e na diversidade. Central à produção estará uma estrutura em forma de pássaro, movida a energias limpas: um pequeno motor eléctrico e muita mecânica fazem movimentar todas as partes desta marioneta gigante (3,5 t), tal como os 1000 voluntários do Andanças fazem rodar o nosso imenso Festival...


Aceda aqui ao site oficial do Andanças e também à programação dos bailes.


Fonte: Pé de Xumbo

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