segunda-feira, 7 de abril de 2008

Museu Histórico-Militar de Almeida abre as portas em Junho

O Museu Histórico-Militar, projectado pela Câmara Municipal de Almeida para as antigas Casamatas da Vila Histórica, deverá ser inaugurado em Junho deste ano, constituindo mais um motivo para atracção de visitantes.

O presidente da Câmara de Almeida, António Baptista Ribeiro, adiantou ao Jornal A Guarda que neste momento, estão a ser finalizadas as obras de impermeabilização da cobertura das Casamatas (espaços subterrâneos construídos à prova de bombas do século XVIII, que ocupavam uma ampla área, dividida em vinte salas e corredores) para ali ser instalado o espaço museológico que, garante, será “um Museu vivo”.

As Casamatas que no passado serviram de prisões políticas, de armazém de viveres para os soldados da fortaleza e de refúgio para a população em situações de ataque, têm sido alvo de obras, que se arrastam há vários anos, envolvendo, para além da Câmara Municipal, o ex-IPPAR (Instituto Português do Património Arquitectónico).

Segundo a Câmara Municipal, o futuro Museu terá quatro grandes áreas: preservação do património existente, educação e cultura, estudo e preservação e musealização.

O autarca António Baptista Ribeiro recorda que o processo conheceu atrasos devido ao processo de impermeabilização das coberturas do complexo histórico localizado junto da denominada Porta Nova, próximo do actual quartel dos Bombeiros: “Houve problemas com a impermeabilização da cobertura e não se podia avançar para a musealização sem resolver o problema da cobertura. Felizmente, isso já está tudo ultrapassado. Depois de muitas diligências, finalmente temos uma resolução, as obras estão a avançar a bom ritmo e estão praticamente concluídas. Já avançámos com o projecto de lavagem das paredes e tectos interiores. Grande parte do material (vitrinas e manequins) já o temos em armazém, já está tudo pronto”.

Casamatas estão a ser recuperadas para Museu Histórico-Militar “Espero que, se tudo correr bem, possamos abrir o Museu em finais de Junho”, adiantou o autarca ao Jornal A Guarda, dando conta que poderá ser visitado aquando das comemorações do Cerco de Almeida, no mês de Agosto. Tal como tem acontecido em anos anteriores, o cerco de Almeida, ocorrido durante as Invasões Francesas, será recriado com a participação de recriadores nacionais, espanhóis, ingleses e franceses. Este ano, terá também lugar, a 23 de Agosto, a comemoração da Batalha de Fuentes de Onõro (Espanha), junto a Vilar Formoso, num local que ficou conhecido por “Alto dos Ataques”, denominação que ainda hoje mantém.

Câmara garante um “Museu vivo”

António Baptista Ribeiro garante ao Jornal A Guarda que o futuro Museu Histórico-Militar “não vai ser um Museu tradicional. Vai ter manequins e peças valiosas mas, vai ser um Museu vivo”. “Já temos adjudicada toda a parte de multimédia. Em cada sector e sala, vamos ter a História de Portugal, desde a Idade Média até aos tempos contemporâneos, dando grande destaque às Guerras Peninsulares, à invasão e ao cerco de Almeida”, explicou.

Também adiantou que o público poderá visitar “várias salas temáticas” que permitirão fazer uma viagem ao passado de Almeida, de Portugal e do Mundo. O autarca referiu que a obra só agora fica concluída porque conheceu vários atrasos, recordando que as antigas Casamatas já sofreram diversas intervenções porque, durante os meses de Inverno, como o “telhado” é construído em granito, eram um autêntico “cesto roto”. “No Inverno havia humidades e escorrências pelas paredes, o espaço não era funcional”, recordou, dando conta que “houve um período longo de várias empreitadas relacionadas com a impermeabilização, mudança de portas, lavagem de paredes, instalação de sanitários e de um bar de apoio aos visitantes.

As obras ainda não terminam com a instalação do Museu Histórico-Militar, pois segundo o presidente da Câmara, seguem-se os projectos relacionados com a instalação de material electromecânico e de uma esplanada num jardim existente no interior do complexo das Casamatas.

A intervenção já realizada representa custos da ordem dos 2,5 milhões de euros, registando uma comparticipação entre os 70 e os 75 por cento, sendo algumas das intervenções da responsabilidade do ex-IPPAR.

Fonte: Kaminhos

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