quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

4/01 e 05/01/08 - "O Fazedor de Teatro" no Teatro Académico Gil Vicente em Coimbra


A abrir 2008, o TAGV, em Coimbra, apresenta nos dias 4 e 5 de Janeiro uma co-produção entre o TEUC e a Associação Camaleão sobre um texto de Thomas Bernhard.
“O fazedor de teatro”, uma tragicomédia “onde o próprio teatro é paradigma do absurdo da existência humana”, subirá ao palco do Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) nos dias 4 e 5 de Janeiro de 2008, às 21H30.
Numa parceria inédita em Coimbra entre o teatro universitário e o teatro profissional, o Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra (TEUC) e a Camaleão levam à cena uma das peças mais conhecidas de Thomas Bernhard (1931-1989), novelista, poeta e dramaturgo austríaco. “O fazedor de teatro” é uma tragicomédia onde o próprio teatro é paradigma do absurdo da existência humana. Um teatro (leia-se vida) que falha perante as condições exteriores de um mundo adverso mas também perante os fantasmas, a prepotência e as fraquezas dos protagonistas e da própria sociedade”.
Em palco, a acção é a seguinte: o actor Bruscon chega com a sua família a uma aldeia na Áustria profunda. Numa sala de baile de uma estalagem decadente vai ter lugar, nessa mesma noite, a representação de uma peça da sua autoria, interpretada por ele mesmo, pela sua mulher e pelos seus dois filhos. É um dia de intenso calor, o salão não está pronto, as paredes estão cheias de pó e o chão parece estar em nítida decomposição.
Num compartimento vizinho fabrica-se chouriço, os currais à volta emanam odores pestilentos, e para completar toda esta situação não se consegue obter do comandante dos bombeiros a autorização para que se desligue a luz de emergência durante o espectáculo, condição essencial para que este se possa realizar.
Face ao silêncio sepulcral da sua mulher, à submissão desiludida da filha e ao diletantismo do seu filho, Bruscon tenta salvaguardar o seu poder e o seu talento. A imagem de um homem arrogante, insuportável, artista clarividente que encena o seu mundo num turbilhão de palavras, uma embriaguês verbal na demanda de uma coerência inatingível.
"Se formos sinceros o teatro em si é um absurdo mas se formos sinceros não podemos fazer teatro não podemos se formos sinceros escrever uma peça de teatro nem representar uma peça de teatro se formos sinceros a única coisa que podemos fazer é suicidarmo-nos mas como não nos suicidamos porque não nos queremos suicidar pelo menos até hoje e até agora como portanto até hoje e até agora não nos suicidámos vamos continuando sempre a tentar o teatro escrevemos para o teatro e representamos teatro mesmo que seja o maior absurdo e a maior hipocrisia”...
Com texto de Thomas Bernhard, “O fazedor de teatro” tem encenação e dramaturgia de Pedro Malacas, cenografia de Filipa Freitas e Pedro Malacas, desenho de luz e sonoplastia de Rui Capitão, design gráfico de Filipa Freitas, fotografia de Pedro Malacas e produção executiva de Cláudia do Vale e Marlise Gaspar. Em palco, estarão António Mortágua, Ana Beirão, Filipa Freitas, Helena Faria, José Geraldo, Marlise Gaspar e Nuno Geraldo.
Destinado a um público alvo a partir dos 12 anos, o espectáculo tem o seguinte preçário: 10 euros para o público em geral, oito euros preço – estudante e sénior, três euros – preço escolas, 15 euros – preço família, e cinco euros – preço amigo/a TAGV e protocolo de Teatro TAGV.
Fonte: As Beiras

1 comentário:

pms disse...

Penso que há uma confusão com o nome do teatro. TAGV é o Teatro Académico Gil Vicente e não Teatro Académico Vasco da Gama, como figura no título do artigo.