sexta-feira, 27 de abril de 2007

Belmonte: Museu dos Descobrimentos em 2008

Espaço vai dar relevo à viagem de Alvares Cabral ao Brasil
O Centro Interpretativo “À Descoberta do Novo Mundo”, um espaço museológico dedicado às descobertas marítimas e em especial à viagem de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, vai estar concluído no final de 2008.
O novo espaço museológico da Aldeia Histórica de Belmonte, que se encontra em construção no antigo Solar dos Cabrais, foi apresentado ontem ao secretário de Estado da Cultura, Mário Vieira de Carvalho, durante as comemorações do Dia do Concelho. O governante não teve problemas em o considerar de «magnífico» e a assegurar que o Governo irá encontrar «certamente» uma forma de apoiar o projecto no âmbito dos fundos comunitários do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).
Dividido em dois pisos, o futuro museu de Belmonte irá conter 16 salas que irão retratar, de forma interactiva e com recurso às novas tecnologias multimédia, toda a Epopeia dos Descobrimentos, desde a preparação da armada para a viagem à Índia até à chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, em 1500.

Na verdade, será uma viagem até ao século XV, onde o visitante poderá «sentir» toda a viagem e todo o processo dos descobrimentos, desde a caracterização das gentes de Portugal e de Brasil, até à sua cultura. Tudo começa com a evolução de Belmonte e com a caracterização de Lisboa no século XV.
Ao longo do Museu, os turistas terão a oportunidade de saberem como foi a preparação da armada da viagem à Índia, sentir a viagem pelo alto mar e a chegada “ocasional” ou “intencional” de Pedro Álvares Cabral ao Brasil. Depois da chegada a este novo mundo, serão retratados aspectos como o clima tropical, a paisagem, a biodiversidade brasileira – com mais de 2.500 frutos do Brasil - as suas referências musicais e a sua cultura e a consequente miscigenação entre os diferentes povos. Neste espaço museológico, o visitante poderá sentir “in loco” as emoções, a terra quente do Brasil, a angústia dos marinheiros e até ver projectado sonora e visualmente um dicionário com mais de cinco mil palavras.
Tudo será feito com recursos multimédia, com uma tecnologia produzida em Portugal pela Arqueohoje e a Pitanga Design.
Museu vai retratar «sensações, afectos e emoções»
O futuro Museu de Belmonte, denominado como Centro Interpretativo “À Descoberta do Novo Mundo” é um verdadeiro espaço de «sensações, afectos e emoções», disse Paulo Monteiro, coordenador do projecto, acrescentando que este será um museu pedagógico. É um museu diferente e inovador, e que quebra completamente com o conceito dos museus tradicionais. «Um museu deve ser dinâmico, atractivo, pedagógico e de afectos», apontou Paulo Monteiro, acrescentando que a sua concepção de museu é um espaço onde os visitantes «saiam a pensar e agradavelmente incomodados com o que viram e aprenderam».
Amândio Melo, presidente da Câmara de Belmonte, não tem dúvidas que este Museu irá alavancar a região e contrariar o estatuto de região deprimida. «Com este museu e o conjunto de equipamentos temáticos, estamos a oferecer um turismo de qualidade», disse o autarca, salientando que Belmonte está a «dar o contributo para engrandecer a região e o país».
O edil belmontense não tem dúvidas que, com o conjunto de quatro espaços temáticos – Museu Judaico, Museu do Azeite, Eco-Museu do Zêzere e o futuro Museu dos Descobrimentos – a vila com o estatuto de aldeia Histórica será um «destino turístico incontornável na região». Amândio Melo acredita que o novo espaço será um pólo de atracção para a região, salientando que este espaço «não pode passar despercebido ao país e às entidades culturais».
«Estamos a fazer um trabalho para o país. Este vai ser um museu de grande qualidade, com conteúdos fortes e muito abrangentes. Será uma lição de história permanente», remata. O novo Museu está orçado em cerca de 2,5 milhões de euros – 1,1 milhões de euros para a recuperação do edifício e cerca de 1,5 milhões de euros para os conteúdos museológicos. O projecto é financiado em 70 por cento pelo Programa das Aldeias Históricas, sendo que a autarquia terá que suportar o restante. Amândio Melo espera ainda obter financiamento para 20 por cento do financiamento no âmbito do projecto “PITER – Serra da Estrela Dinâmica”.
Fonte: Kaminhos

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